quarta-feira, 1 de junho de 2005

A individualidade do brinquedo português é essencialmente dada pela utilização da folha de flandres no seu fabrico. O depauperamento económico agravado pela 2ª Guerra Mundial , não fizeram parar a criatividade dos nossos artesãos é visivel em alguns destes objectos a recuperação das latas de sardinha e mesmo de azeite. E para amenizar a frialdade e agressividade da lata, tintas caleidoscópicas salpicam carros, camionetas, aviões, barcos, máquinas de costura, lavatórios...Noutros, vindos da região do Porto a folha de flandres aparece litografada: baldes de praia, serviços de chá, carros...

O gosto, a sensibilidade, os acasos transformaram os modelos importados em brinquedos multicolores que percorriam feiras e encenavam montras. Os olhos infantis cobiçavam, os dedos espetavam-se, os narizes esborrachavam-se nos vidros e, por vezes, a boca murmurava /choramingava um pedido - quero aquele!

E quando a bolsa era muito magra , a criatividade, a ingenuidade , o desejo, o sonho transformava um pau retocado com um canivete num avião, num carro, numa boneca...

É este mundo maravilhoso do faz-de-conta que aumenta o comportamento cooperativo das crianças e reflecte as noções que a criança tem do mundo:

jogo - trabalho

brincadeira - oficina

brinquedo - instrumento

eis a trilogia lúdico - séria da vida de uma criança

Ao copiar do adulto, só ela sabe transpor a rigidez da vida, os seus instrumentos de trabalho, o dia-a-dia caseiros, as atitudes. ELA diverte-se a brincar a sério. É o prazer lúdico das coisas, das situações que a maturidade cristaliza.

O adulto tem cada vez mais consciência que o brinquedo não é um objecto para "ocupar" ou "divertir" a criança mas um meio de a educar e tornar feliz.

BRINCAR É BRINCAR
CRIANÇA (re)ensina-nos a brincar com as regras do" faz-de-conta"
ADULTO, brinca com os olhos da tua infância
(Re)cria na OFICINA DO SONHO

(EXPOSIÇÃO DE BRINQUEDOS - BRAGA 1990)

criança

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