sexta-feira, 7 de janeiro de 2005

açorda à portuguesa

pão de trigo, sem ter sombra de joio,
azeite do melhor, de santarém;
alho do mais pequeno, e do saloio,
ponha em lume brandinho e mexa bem,

sal que não seja inglês - porque é remédio
toda a criança assim alimentada
é capaz de deitar abaixo um prédio
quatro meses depois de desmamada

com êste bom pitéu, sem refogados,
invenção puramente lusitana
os ilustres varões assinalados
passaram `inda àlem da taprobana

fortes p`la açorda, démos nós aos mouros
como se sabe, uma fatal derrota;
e abiscoitámos magestosos louros
para os nobres trofeos de aljubarrota

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